"Home is where you feel happy"

Não sei bem em que filme ouvi esta frase, só sei que tive que a escrever porque na altura fez todo o sentido. E agora ainda mais.

Home, ou na língua de Camões, lar, para muitos significa a casa em que cresceram, a casa dos pais, da família, o local onde se tornaram quem são.
Para outros, a palavra lar só toma verdadeiro significado quando o constroem sozinhos e onde podem verdadeiramente ser quem são.
Há ainda aqueles que só se sentem bem onde não estão e são eternos insatisfeitos.

Estas três permissas valem tanto para lares, casas, locais, como para pessoas com quem se partilha a vida, que acabam por ser também parte do nosso lar.

Normalmente aquelas pessoas para quem a casa dos pais é o seu ninho, têm tendência em arranjar alguém igual. Alguém que nunca saia verdadeiramente debaixo da asa dos pais e que goste pouco de aventuras, alguém que traga a palavra lar estampada no coração...

Para os que gostam de criar o seu próprio lar, gostam também de criar o lar com alguém. A pulso. Com obras interiores e exteriores. Onde lar seja dos dois, não mais de um nem mais de outro... E onde a pessoa que procuramos pode não ter lar estampado no corção mas que tenha nele espaço para ser o lar de alguém.

Por último, os eternos insatisfeitos, são, para mim, os vagabundos (não no sentido lato da palavra, daqueles que vagueiam fisicamente). Os vagabundos são aqueles que quando pensam que encontraram o que queriam, chateiam-se e lá vão aventurar-se a encontrar aquilo que pensam que é o querem. Nas relações, quase sempre acabam sozinhos, ou a saltar de casa em casa. Porque pensam que casa é o seu próprio corpo, o seu próprio coração... Serão mais felizes assim? Pelo menos não se chateiam tanto.

Independentemente do tipo de lar em que caímos, todos nós gostamos de ter um.  Pode ser um lar dado, construído ou emprestado. É que as pessoas precisam de um lar. Mesmo que esse "lar" seja um gato com olhos de azeitona à espera no final do dia.