segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Transforma o fraco em coisa forte...porque tudo se renova"

Eu sou daquelas pessoas que acredita em ciclos. Que tudo se renova. E que quase quase tudo acontece por uma razão.
Normalmente só se percebe a razão das coisas depois de estas acontecerem. Quando se olha para trás e percebe-se que afinal, valeu a pena. Que o esforço, o suor e as lágrimas valeram a pena.

Como disse, por norma, a razão acaba por aparecer.

Agora, no sábado à noite vi no telejornal uma coisa para a qual não vejo razão alguma para estar a acontecer. O já famoso Plano de Austeridade que o governo vai implementar para evitar que sejamos a desgraça da Europa (juntamente com a Grécia) tem, como um dos planos evitar a contratação de pessoal por parte dos hospitais e centros de saúde. Só com o aval do governo é que se poderá contratar alguém. Ora, esta noticia para alguém que daqui a 2 meses vai sair da universidade com uma licenciatura da área de saúde não é, propriamente das melhores notícias.

A minha geração já foi apelidada em Inglaterra de Geração Perdida. Não é à rasca ou rebelde ou de ouro. É perdida. Perdida como em não há nada a fazer. Porque somos a geração que sai da universidade, altamente qualificada, e que vai para o desemprego. Que demora meses e meses a arranjar um emprego minimamente dentro da área de estudo, que arranja um emprego a recibos verdes. Que é mal paga, para a qualificação que tem. Que não pode sair de casa dos pais porque não tem independência nem segurança financeira para o fazer. Que em vez de querer sair da universidade para, com orgulho, enfrentar o mercado de trabalho, deixa cadeiras para trás para lá ficar. Porque o mundo do trabalho e demasiado desanimador para se querer entrar nele.

Nós somos a geração perdida, que vai eventualmente ter que se encontrar. Porque a vida é feita de ciclos. Porque a tal geração de Abril que falei num post anterior, lutou e conseguiu, mas teve filhos que não souberam o que era lutar porque tiveram tudo de mão beijada. E arruinaram o país. Deixaram-nos a nós Perdidos com o burro e eles com o cavalo. E agora temos que ser nós a ir a luta. Com o que temos e não temos. Para poder ensinar à geração que viremos a criar que as coisas não caem do céu, nem vêm à velocidade de um TGV.

1 comentário:

  1. Uff... Rapariga... Fizeste-me sentir o mesmo que senti quando fomos ver o "Up in the Air". O futuro não é promissor... Mas a gente há-de dar a volta por cima! Vamos à luta!!! Turuturu Turuturutu! LOL
    Aproveito para fzr um pouco de publicidade, tipo parasita...
    http://joelpearsmoviesandshits.blogspot.com/2010/01/up-in-air-nas-nuvens.html
    Os parasitas sobrevivem muito bem, quanto mais degradantes são as situações. Sou capaz de me dedicar ao parasitismo por uns tempos. Depois digo-te como correu...

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